O e-gravel no Brasil está ganhando espaço entre os ciclistas que querem aventura, estrada e tecnologia em um só pacote. Saiba pra quem foi feita a gravel elétrica!
Neste cenário, a “bicicleta elétrica de estrada misturada”, ou E-gravel, se posiciona como uma ponte entre a estrada e a terra, com motor assistido, para quem quer explorar mais longe, enfrentar trechos remotos e não depender só de energia humana.
O que você vai ler na matéria:
- Mercado da gravel no Brasil e mundo
- 5 características do E-gravel
- Afinal, para que serve E-gravel
- Marcas e modelos de gravel elétrica
Mercado da gravel no Brasil e mundo
Pegue essa trilha para entender melhor quando a gravel surgiu no Brasil, sua popularização e alguns indicadores do mercado mundial com projeções de crescimento astronômicas.
Gravel no mundo
- O mercado global de gravel bikes foi estimado em cerca de US$ 1,98 bilhão em 2024 e projetado para ultrapassar US$ 5,47 bilhões até 2033, com crescimento anual de cerca de 12,1 %;
- Em relatórios de mercado específicos para “electric gravel bike”, estima-se que o mercado global de e-gravel estava avaliado em cerca de US$ 920 milhões em 2024, com previsão de alcançar US$ 3,2 bilhões até 2031;
- Segundo dados do setor de bicicletas e e-bikes da ZIV, o segmento de e-gravel (embora pequeno) já aparece como categoria distinta nas vendas de e-bikes.
Gravel no Brasil
- Em meados de 2010, lojas especializadas começaram a importar e a vender modelos “gravel” já por volta de 2015, e algumas lojas nacionais citadas como pioneiras trouxeram marcas europeias/asiáticas ao mercado brasileiro.
- A partir de 2018 a modalidade ganhou mais visibilidade com eventos, mais opções de modelos e maior presença em lojas físicas e e-commerce. Desde então o público que busca versatilidade (estrada + terra) aumentou visivelmente;
- Eventos como Gravel Brazil, Gravel Bonito (Brasil Ride), Audax Randonneur Mogi das Cruzes (RMC) e guias regionais fomentam o interesse e a produção local;
- O Shimano Fest, maior evento de ciclismo da América Latina, edições 2022 e 2023, tiveram papel importante na popularização do gravel e das bicicletas elétricas no país;
- Fenômeno recente, mas já firme: marcas nacionais têm lançado modelos específicos para aproveitar essa onda.
No Brasil, podemos dizer que bikes e-gravel ainda é um segmento beeeem nichado.
Os preços são mais altos, importações taxadas e poucos distribuidores, podem ser os principais problemas iniciais. Todas as pistas nessa trilha indicam que terá expansão nos próximos anos.

5 características do e-gravel
Entenda o que diferencia um egravel de outras bicicletas elétricas ou de estrada:
1. Geometria “meio-termo”
- Mais relaxada que uma estrada rígida, mas mais agressiva que uma mountain bike;
- Permite estabilidade em trechos de cascalho, estradas de terra leve, trechos esburacados;
- Uso de pneus largos (geralmente entre 35 mm e 45 mm ou mais) para tração e conforto.
2. Assistência elétrica / motor
- Um motor elétrico (centro ou cubo) que dá assistência ao pedalar, ampliando alcance e suavizando trechos íngremes;
- Bateria de boa capacidade, idealmente integrada ao quadro ou acoplada de forma discreta;
- Sensores de torque ou de cadência, quanto mais sofisticado o sistema, mais natural a ajuda.
3. Versatilidade e robustez
- Vários pontos de fixação para bagageiros, alforjes, bolsas de quadro e garrafinhas.
- Componentes compatíveis com off-road leve: grupos gravel (ex: Shimano GRX), relação com boa variação, freios a disco hidráulicos, e engrenagens robustas.
- Quadro e materiais que resistem a umidade, poeira, vibração.
4. Peso e autonomia
- Obviamente mais pesado que um gravel “analógico”, por conta do motor e bateria; por isso, busca-se otimização estrutural.
- Autonomia variável, dependendo de capacidade da bateria, nível de assistência e tipo de terreno. Em algumas situações pode permitir pedaladas de 60–120 km ou mais, se bem calibrado.
5. Integração e conectividade
- Sistemas modernos trazem integração com apps, display inteligente, monitoramento de bateria/uso, e até modos de assistência customizados.
- Algumas marcas já adotam integração com GPS ou sensores extras.
Em suma: o egravel tenta juntar o melhor do mundo “gravel/adventure off-road leve” com a praticidade da bicicleta elétrica.
Afinal, para que serve a e-gravel
O E-gravel não é apenas uma novidade tecnológica, tem aplicações bem claras para diferentes perfis:
- Cicloturismo e bikepacking – com motor assistido, fica mais fácil enfrentar longas distâncias, subidas e trechos remotos carregando bagagem.
- Exploração / aventura – ideal para quem quer sair do asfalto e explorar estradas secundárias, trilhas leves ou caminhos de terra com segurança.
- Transporte misto e “soft commuting” – para quem quer usar a bike também no dia a dia e fugir de congestionamentos, mas com possibilidade de “extravasar” nos finais de semana fora da estrada.
- Ciclistas com limitação física ou que querem estender alcance – em subidas fortes ou jornadas longas, o motor serve para “suavizar” o esforço.
- Mercado de turismo e locadoras – em regiões turísticas com rotas mistas (estrada + terra), oferecer E-gravel para aluguel pode ser diferencial competitivo.
Em resumo: serve para ampliar horizontes, “quebrar barreiras” de terreno, permitir pedaladas mais longas, confortáveis e diversificadas.
Marcas e modelos de gravel elétrica
Aqui vão algumas marcas / modelos que já aparecem no radar global e nacional:
Marca | Modelo | Preço médio estimado |
Soul Cycles | E-Spry Sport | R$ 20.990,00 |
Soul Cycles | E-Spry Gravel | R$ 23.990,00 |
Trek | Checkpoint+ SL 5 (Entrada) | € 4.999 |
Trek | Checkpoint+ SL 7 AXS (Premium) | € 7.499 |
Van Rysel (Decathlon) | E-GRVL AF HD Mahle X35 | € 2.899,99 |
Corratec | E-Gravel EL | € 4.999,00 |
Corratec | E-Gravel SX | € 3.999,00 |
Soul E-Spry
A Soul E-Spry é um dos modelos nacionais mais avançados de gravel elétrica, projetada para quem busca liberdade e desempenho em qualquer terreno.
Equipada com quadro em fibra de carbono T700, motor central Shimano Steps E6100 e bateria de 504 Wh, ela combina leveza e autonomia de até 120 km, ideal para longas explorações sem medo de falta de energia.
O sistema de transmissão Shimano GRX 11v garante trocas precisas e confiáveis, enquanto o design agressivo e o acabamento refinado mostram que o Brasil já produz gravel elétricas com DNA de performance.

Trek Checkpoint+ SL
A gravel elétrica da Trek, é a Checkpoint+ SL que representa o equilíbrio perfeito entre potência, conforto e versatilidade.
Com o novo sistema TQ-HPR50 integrado ao quadro de carbono OCLV, o conjunto pesa pouco mais de 13 kg, tornando-se uma das e-gravel mais leves do mercado!
O motor praticamente invisível e o comportamento natural da assistência dão a sensação de pedalar uma gravel convencional, mas com força extra nas subidas e vento a favor nas retas.
Além disso, o espaço para pneus largos (até 45 mm) e os inúmeros pontos de fixação fazem dela uma parceira ideal para bikepacking e aventuras off-road de longa distância.

Van Rysel E-GRVL
A Van Rysel E-GRVL AF X35, da Decathlon, é uma opção europeia que vem conquistando ciclistas pelo excelente custo-benefício.
Ela utiliza o sistema Mahle X35+, um dos mais compactos e eficientes do mercado, com bateria de 250 Wh e motor no cubo traseiro que oferece assistência suave e silenciosa.
Seu quadro de alumínio leve, geometria confortável e pneus de 38 mm garantem uma pedalada estável tanto no asfalto quanto em estradas de terra.
Ideal para quem quer uma e-gravel versátil para o dia a dia, treinos leves ou viagens curtas, sem abrir mão de estilo e tecnologia.

Corratec E-Gravel SX
A Corratec E-Gravel SX é pura elegância alemã aplicada à mobilidade elétrica. Com o sistema Fazua Ride 60, ela oferece assistência progressiva de até 430 W de pico, mantendo o peso total em torno de 15 kg.
O quadro de alumínio com linhas minimalistas, o cockpit integrado e o câmbio SRAM Apex XPLR tornam a pilotagem precisa e responsiva, ideal para quem gosta de explorar trilhas leves ou rodar com ritmo esportivo.
É uma bike que combina design premium, eficiência energética e um toque de esportividade que conquista qualquer entusiasta de e-gravel.

O gravel e as bikes de gravel elétricas chegaram devagar, mas ganharam tração.
Aqui no Brasil, vivemos uma fase de descoberta e expansão, com eventos, marcas e ciclistas impulsionando o crescimento da modalidade, e o E-gravel surgindo como a evolução natural dessa tendência.
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